quinta-feira, 25 de março de 2010

Leis de Merlin...

No outro dia fomos a uma grande superfície (cujo nome não posso divulgar mas é composto por duas palavras e a primeira começa por L e termina em Y:P). Objectivo: comprar um resguardo de duche. Apreciámos a oferta existente e lá escolhemos um. Até aqui tudo bem.

Dirigimos-nos a um assistente, muito simpático, que anotou a nossa encomenda e nos marcou a entrega do resguardo para um determinado dia. Segundo o mesmo, a entrega tinha de ser da parte da tarde uma vez que na nossa zona não fazem entregas de manhã. Perguntou se queríamos pagar tudo ou dar apenas o sinal. Indiquei que deixávamos o valor do sinal e fui informada que tinha de pagar o restante 48h antes da entrega. Não me informaram como e eu também não perguntei.

E hora de entrega? “Entrarão em contacto consigo para marcar a hora”.

E preço da instalação? “45€”Hum… ia jurar que outra funcionária nos tinha dito 80€… mas pronto… quem vende é que sabe.

Cheguei à caixa para pagar e estranhei o montante que me indicaram… Pareceu-me mais barato… Quando me deram o talão da encomenda com o comprovativo de pagamento do valor do sinal reparei no erro: enganaram-se na medida do resguardo e fizeram a encomenda com o tamanho e o preço errados.

Lá voltámos atrás, rectificámos a encomenda e pagámos a respectiva diferença no valor do sinal. “Olha se não tivéssemos dado conta a tempo!” – comentámos. “Ia ser bonito quando fizessem a entrega!”.

No dia imediatamente a seguir somos contactados pela empresa de montagem. Ainda nem tínhamos a encomenda entregue já nos estavam a marcar a montagem!… Maravilha! Isto é que é rapidez! (pensei eu). E preço da instalação? 80€. Ah pois! Bem me parecia… “Mas quem vai assumir o encargo é a loja visto que eles é que se enganaram.” Acho muito bem. Passaram-me a guia com 45€, se se enganaram paciência…

O resto da semana decorreu e ninguém da parte das entregas nos contactava. Estupidamente, na altura da encomenda pensei que quando nos contactassem para marcar a hora da entrega nos indicassem o NIB para fazer o resto do pagamento. Vendo que ninguém nos dizia nada, liguei para o estabelecimento comercial em si a perguntar se era possível que ainda não tivessem marcado nada por não ter dado entrada o resto do pagamento. Lá me responderam que sim, que era possível,  e eu lá informei que não me tinham indicado nenhum NIB para fazer transferência. Claro que assumi também a minha parte nas culpas porque também não o tinha perguntado.

Muito prestáveis, disseram que bastava ir à loja no dia a seguir logo de manhã fazer o pagamento no balcão para ainda conseguirem garantir a entrega no dia inicialmente indicado. Antecipámo-nos e fomos lá nesse mesmo dia só que… um contratempo nunca vem só… o horário de encerramento era às 22h e não às 23h, como pensávamos.

No dia seguinte lá se pagou o valor restante. A entrega ficou marcada para o dia que era suposto,  entre as 9 e as 11h. Então mas afinal fazem entregas de manhã???? Eu não podia ficar mas o A. podia e nessa manhã ficou a trabalhar a partir de casa. Um bom bocado depois das 11h o A. telefonou a perguntar o que se passava com a entrega. “Ah e tal, as entregas são até às 13h!”… Pois, 11h, 13h… é tudo a mesma coisa… Apareceram já passava das 14h!

Aleluia, já não era sem tempo, nota de encomenda certinha, siga para bingo, vão-se lá embora que eu ainda tenho que sair de casa para ir trabalhar!

Por acaso, apesar da pressa, o A. confirmou o tamanho do resguardo na própria embalagem dele. E… adivinhem qual era o tamanho? Pois… o errado!

O que vale é que, apesar dos enganos, as funcionárias da loja pronticaram-se na hora para os resolver (nisso não temos qualquer razão de queixa). Nova entrega marcada para hoje (já cá está, desta vez com o tamanho certo). Entretanto a empresa da montagem já tinha sido alertada pela parte das entregas e telefonaram ontem a marcar nova hora.

Acabou por mudar de hoje de manhã para amanhã à tarde e eu já estou de pé atrás para ver o que é que vai acontecer desta vez. Ainda por cima vou cá estar sozinha. Sou perfeitamente capaz de fazer uma compra, receber a encomenda e tomar as providências necessárias caso alguma coisa esteja errada. Daí até perceber alguma coisa de montagens para ir controlando se estão a fazer como deve ser ou às três pancadas…isso é para o outro departamento cá de casa. Bom… pode ser que cheguem três horas atrasados como os das entregas e dê tempo ao homem de chegar a casa.

Ou então pode ser que a Wendy perceba de montagens e não deixe que enganem a dona:P É isso. Wendy mestre de bricolage.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Bem-vinda Wendy!...

A Wendy é uma gatinha pretinha de olhos doces por quem me apaixonei há 9 dias atrás.

Existem –que eu saiba – dois canis/gatis em Lisboa. O da Câmara Municipal de Lisboa (no Monsanto) e o da União Zóofila (perto do Jardim Zoológico). Para quem já foi a ambos, o carinho que recebem das pessoas que tratam os animais até pode ser o mesmo… as condições em que os animais vivem é que são substancialmente diferentes! Talvez porque um tem apoios da Câmara e o outro vive da boa vontade de particulares. Talvez porque um acolhe o triplo de cães e gatos do outro… Talvez porque num dos lados parece que há melhor organização do que no outro...

O que é certo é que já gosto pouco (isto é, nada) de ver animais em canis/gatis.. Todavia, fiquei chocada-revoltada-de-lágrimas-quase-a-escorrer-cara-abaixo perante o que encontrei no fim-de-semana que fui àquele (ao da UZ). Foi difícil desviar o olhar sobretudo dos cães. Eram em número bastante superior aos gatos, bastante mais barulhentos e com um ar bem mais suplicante do que os gatinhos. Alguns nem ladravam, apenas olhavam intensamente para quem passava e era fácil perceber a mensagem: “Tira-me daqui...”.

Tinha em mente adoptar um gato. Mais tarde (contas feitas e vendo que tenho margem de manobra para isso), decidi adoptar dois gatos. Gatas.. fora de questão! (não é que não goste, tenho uma em Aveiro, mas sempre tive outra afinidade com gatos). De preferência jovens ou pelo menos um bébé… e um dos gatos siamês.

Bom… cenário ao chegar ao gatil: nada de bébés (só gatos adultos), siamês só uma gata e uma grande confusão para entrar nas várias boxes do gatil. As visitas e adopções fazem-se apenas aos sábados e domingos, das 14h às 16h30. Poucas voluntárias para responder a tanta gente que lá vai (ver cães e gatos), alguma desorganização (algumas vezes vi duas voluntárias ocupadas, sem necessidade nenhuma, com as mesmas pessoas enquanto outras estavam à espera), contudo sendo notório que quem ali está investe muito do seu tempo livre (que podia ocupar de forma mais egoísta) a cuidar de quem não tem quem cuide deles.

Após algum tempo de espera, consegui ir entrando nas várias boxes e na boxe número 6, ao levantar uma mantinha, encontro uma gatinha toda pretinha, muito quietinha e amedrontada … mas com uns olhos tão doces que me rendi a ela naquele preciso instante. Repousámos por breves instantes o olhar uma na outra e nesse pequeno momento senti como que uma ligação com aquela gatinha de porte pequeno, quieta e frágil no seu pequeno mundo coberto por uma manta.

Informei que pretendia adoptá-la e avisaram-me desde logo: é uma gatinha muito assustada. Não sai do canto dela a não ser que tenha mesmo de ser e vai precisar de muito mimo e paciência. Vai ser um trabalho de meses… e de facto assim é. Nos primeiros dois dias não comeu nada. Mais tarde descobriu um canto humanamente inalcançável literalmente por dentro do bidé. De lá não sai e de lá ninguém a consegue tirar, a não ser que a própria decida de lá sair, claro… o que só acontece durante a noite, quando lhe dá a fome e ela sente que pode circular à vontade pela casa.

Até descobrir esse recanto protegia-se num outro canto ao qual pelo menos se consegue ter acesso para lhe fazer festinhas. Por vezes bufa um bocadinho mas é só mesmo para se fazer difícil… se a mão continuar na direcção do dorso dela ela deixa fazer festas à vontade… e até já ronronou algumas vezes!

Por norma queremos um gatinho sociável, brincalhão, que salte para o nosso colo. Esta gatinha é exactamente o oposto. Desconheço o que lhe fizeram para ela ter tanto medo das pessoas… tanto receio em entregar-se ao mimo e ao afecto… mas não me arrependo de a ter escolhido. É uma gata que precisa de tempo e eu sei bem por experiência própria o que é precisar de tempo para crescer, confiar e avançar na direcção do desconhecido. Por isso… da mesma maneira que gosto que respeitem o meu ritmo… também respeito o dela. Não vou fugir para lado nenhum mesmo e não a vou devolver só porque não é gata de colo. Foi a gatinha que eu escolhi e terá sempre tudo o que precisar.

Neste momento estou no escritório e a Wendy continua escondidinha por debaixo do bidé. Mas sinto-me acompanhada e acho que no fundo no fundo… ela também se sente bem-vinda à nova casa:)